Lisandro Hubris
A Bíblia é tão mística como a feitiçaria, a alquimia e a astrologia
Textos
NÃO EXISTÍAMOS ANTES, É NÃO VAMOS EXISTIR DEPOIS

Como o trágico não é morrer, e sim desistir de viver; dê valor ao que você tem, aprecie a vida com sabedoria, e não fique triste pelo fato da vida ser só um minúsculo instante entre um nada antes e outro infinito nada depois.

Não existe “VIDA APÓS A MORTE”, e sim, MORTE APÓS A VIDA BIOLÓGICA.

Embora no “ADAPTE-SE OU MORRA” da vida nada seja gratuito, tudo tenha um “Prazo de validade”, e a natureza só se interesse pelos que passam os seus genes adiante...
Para fugir de uma realidade incômoda, e para contrabalançar o fato de que "No longo prazo estamos todos mortos" (John Maynard Keynes)...

O eterno iludido fabrica mitologias infestadas de “milagres”, ou transforma lendas absurdas em intocáveis Dogmas.

Até porque, as religiões são o “casulo” onde se escondem os que têm dificuldades de viver num lugar competitivo, e cheio de armadilhas.

Por egocentrismo, instinto de sobrevivência, o chamado "Argumentum ad populum", e por imaturidade intelectual, o religioso não admite que a morte seja a incapacidade do cérebro manter as funções vitais; e se agarra na ilusão de que a morte seria apenas uma passagem para a renovação espiritual...

Poucos aceitam deixar a vida e não mais retornar, sem se agarrar em amigos imaginários.
E mesmo com todo conhecimento acumulado pela humanidade, a psique do iludido continua fantasiando que a vida humana seria eterna.

Para minimizar a separação de tudo o que amamos, e fingir que o abismo do nada não se abrirá para sepultar as nossas esperanças; o eterno iludido se agarra a uma fé irracional, e usa as Rezas, os Cânticos, os Rituais, e as Meditações, para fazer com que o seu cérebro produza Serotonina, ou entre no estado Alfa; pois em pleno Século XXI, a maioria conserva algum medo, solidão ou instinto de seguir o líder, anterior a consciência humana de si mesmo.

Quanto mais compreendemos a natureza, com suas leis físicas, cosmológicas, matemáticas e piramidais, mais absurdas nos parece à fé das multidões, com seus “milagres”, suas explicações mágicas, suas recompensas “após a morte”, seus devaneios, suas versões emocionais, ingênuas, simplistas ou medrosas.

O fato de darmos valor a inúmeras coisas que não duram para sempre, prova que a vida não precisa ser eterna para ter algum sentido, mas sim, ser relevante.

Se os humanos não tivessem medo da morte, hoje nem estaríamos aqui, pois a Natureza logo se descarta dos fracos, e dos que desiste de lutar para continuar vivo.

O fato da morte ser um acontecimento inevitável não significaria que a vida é uma porcaria, pois se a nossa existência, conforto, saúde, prazer e a posse temporária do que amamos, não fosse importante para nós, não ficaríamos frustrados com a certeza da nossa morte, e não faria diferença se um dia, nossa vida terá de findar.

Dê valor a tudo que você tem, aprecie a vida com sabedoria, e não fique triste pelo fato da vida ser só um minúsculo instante entre um nada antes e outro infinito nada depois...
Pois o homem que está livre das correntes que aprisionam os humanos comuns, tem uma oportunidade melhor de viver a vida.

Já o eterno iludido, por não conseguir se adaptar à realidade do mundo real, e ter necessidade de proteção, se agarra na convicção de que existiria algo melhor do que a vida biológica; nega o que lhe causa angustia ou aflição; e transforma as suas crendices numa fé irracional, porém agradável e glamorosa.

No casulo em que o eterno iludido se esconde, negar as evidências cientificas, desculpar o facilitismo, e só se interessar pelas versões religiosas, são formas de evitar o que poderia desmistificar as suas crenças.

RESUMINDO, o cristianismo é uma prisão/refúgio onde os “Bem-aventurados” são sempre os infelizes, os miseráveis, os passivos, os pobres, os decadentes, os sofridos e os arrependidos...

O eterno iludido é alguém que vive no mundo do faz de conta, escolhe o caminho da contemplação, e explica o que não sabe como sendo coisas do além.
Pois o que leva o eterno iludido buscar as bravatas doces e superficiais das versões religiosas é a angústia de penetrar numa verdade insuportável.

Para dá sentido à nossa morte, e a morte dos que amamos fantasiamos que depois do óbito haveriam outras vidas...

Apesar da morte transformar em cinza o nosso corpo e impedir que continuemos vivendo, a morte é uma derrota insignificante, não impede que estejamos vivos agora, não impede que já tenhamos vivido, e não tira a importância de tudo que interferimos.

Se a morte é esquecimento, a sociedade será comemoração.
Se a morte é silêncio e ausência de significado, a vida biológica será o que dá significado a si mesmo e ao mundo em que vivemos.

Este artigo continua no "MORREU E FEDEU, ACABOU"...


 
Lisandro Hubris
Enviado por Lisandro Hubris em 27/05/2013
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras