Lisandro Hubris
A Bíblia é tão mística como a feitiçaria, a alquimia e a astrologia
Textos
O Anjo exterminador dos primogênitos é só uma recauchutagem de rituais pagãos


Quando os antigos faziam sacrifícios humanos para acalmar os deuses com alguém da sua própria tribo, o Escolhido era sempre alguém jovem, virgem, saudável e bonito.

O Escolhido não era obrigado se deixar sacrificar, mas para ele isso era uma honra, pois O escolhido não era uma vítima, e sim, um herói que quando chegava a Lua cheia se sacrificava de livre e espontânea vontade pelo seu povo, vestindo as suas melhores roupas.

Já que para apaziguar os deuses; para que houvesse prosperidade; e para que os Espíritos bons trouxessem fecundidade; na noite da ultima lua cheia, que PASSA do inverno para a primavera, era costume se imolar prisioneiros; se sacrificar alguma virgem, ou se oferecer algum “cordeiro” como oferenda; e depois o sangue consagrado da vitima ser passado nas traves das tendas, para afastar os maus Espíritos...

Em Êxodo 12,13, a Bíblia transformou a tradição pagã de se sacrificar um “cordeiro” na PASSAGEM do inverno para a primavera, na mitologia onde a personagem Moisés teria ordenado que na noite do dia 14 do mês de Nissan, cada família hebréia tomasse um cordeiro, o sacrificasse, passasse o sangue do cordeiro nos batentes das portas das suas casas, para espantar o “Anjo exterminador”; e depois, ninguém saísse de casa até que o Sol nascesse...

Após 537 a.C. a vida do Sargão de Akkad foi transformada na lenda de Moisés, por Esdras, Neemias, os escribas e os rabinos.

Os 50 anos do cativeiro babilônico viraram os 400 anos do cativeiro egípcio; a expulsão dos hiksos virou a “Fuga do Egito”; se fez parecer que Moisés seguia as instruções fornecidas pessoalmente pelo próprio Deus YHWH; a Páscoa Judaica foi institucionalizada; e a Sêder de Pessach (o jantar cerimonial onde os judeus comemoram a libertação do cativeiro egípcio), virou a festa mais importante da grande Nação Judaica.

Os hebreus sendo nômade, por onde passaram conviveram com a parte supersticiosa das outras culturas; e terminaram assimilando as mitologias religiosas de tal forma, que algumas lendas (depois de remodeladas), se tornaram parte da cultura judaica...

A “Análise filológica dos textos” e a “Ideologia deuteronômica" mostram que a lenda de Moisés foi uma estratégia no sentido de sustentar o judaísmo, o Rei e a Religião; se opor ao politeísmo, combater o culto às imagens pagãs, e ajudar passar da Era astrológica do Touro para a Era do Carneiro.


 
Lisandro Hubris
Enviado por Lisandro Hubris em 10/04/2015
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras